quinta-feira, 15 de julho de 2010

Revelação Sertaneja – Entrevista com o cantor Luiz Henrique

Por Juliano Nicoliello e Thais Colen

      Com apenas nove meses de carreira, o cantor Luiz Henrique, 38, está lançando seu primeiro CD. Após ter participado de uma banda de pop rock durante três anos chamada Sem Nexo, e dois anos como a dupla sertaneja Luiz e Mike, em paralelo com sua carreira de advogado, Luiz Henrique largou tudo para se dedicar única e exclusivamente à música. Seu CD Feitiço é composto por 15 músicas, entre elas, duas são de autoria própria, Se ainda existe amor e O amor não foi tão grande assim.

      A música que está estourando nas rádios mineiras e impulsionando a carreira de Luiz Henrique é a Não existe muié feia, que conta a participação especial de seus padrinhos Gino e Geno. Engraçada e dançante, a música tem conquistado os gostos dos mineiros.

      Luiz Henrique chega sorridente ao lado da sua mãe, a Sra. Nair Batista. Simpática e alegre, ela acompanhava o filho para aproveitar o tempo que ele passa em Belo Horizonte. Indagado sobre sua carreira e seus projetos para o ano de 2010, Luiz Henrique responde todas as perguntas, sendo a primeira com a ajuda da mãe zelosa.

Como foi o apoio da família quando decidiu se dedicar a música?

Mãe: A gente perguntou se que ele preferia advocacia ou música, o que ele achar bom. Aí ele falou: eu prefiro a música mesmo.

Como surgiu seu apadrinhamento com Gino e Geno? Como foi essa oportunidade?

Um amigo comum meu e do Gino, me apresentou para poder pedir opinião do Gino sobre essa minha empreitada. Aí fomos à fazenda dele e passamos uma tarde muito boa tocando, cantando, comendo uma linguicinha ótima que a Chiquinha fez pra gente. Gino falou que ele não tem bola de cristal, que na música não existe nada garantido, mas que eu tenho todos os pré-requisitos para poder investir na carreira. Disse ainda que eu canto bem, que tenho uma boa comunicação, o que me deu a maior força. Aí ele até falou “olha quero gravar uma música no seu cd junto com você, vou falar com o Geno. Então com um aval desses, me deu muita coragem para poder tomar essas decisões todas.

Você já gravou algum videoclipe?

Ainda não. Estamos com um projeto para fazer um videoclipe da canção Feitiço, que deve ficar pronto até o segundo semestre.

Você tem gravadora?

Não. O trabalho foi independente, produção minha com o Júnior Melo que é o meu produtor musical.

Tem duas composições suas no cd, qual a sua inspiração?

Pode-se dizer que minha inspiração é o amor, minha experiência de vida, mas não tem assim uma pessoa ou uma coisa específica que me inspirou nas canções. Foram situações da vida mesmo que eu traduzi na letra da música. (risos)

Tem mais composições que não entraram neste cd e entrarão no próximo?

Tem umas surpresinhas vindo aí. (risos).

Como é o seu processo de composição?


Eu nunca havia me dedicado 100% a música como eu venho fazendo agora. Então as duas composições que são autorais minhas nesse cd vieram espontâneas. Até a segunda que foi muito engraçada, porque foi num final de semana que eu fiquei sozinho em Uberlândia e dormi muito cedo nesse dia. Fui acordar lá pelas três e tanto da madrugada, peguei o violão e quando foram sete horas da manhã, eu tava ligando pra minha mãe pra poder mostrar a música que eu havia feito nessa madrugada. Então surgiu assim espontâneo. Como eu tava muito envolvido no processo todo, porque a produção foi independente, então cada detalhe da arte, do cd, do repertório, da produção, de tudo passou pelas minhas mãos. Não tive muito tempo para me dedicar às composições, espero sobrar um tempinho na minha agenda para ficar por conta disso. Agora a gente já “tá” mais estruturado, com o escritório que “tá” cuidando da minha carreira. Espero poder ficar um pouco mais livre para poder compor e fazer a parte artística que é a que me cabe.

Contando o tempo que participou da banda Sem Nexo e com a dupla sertaneja, contando também a carreira solo, pode-se dizer que tem no total sete anos de carreira?



É pode-se dizer, mas todo esse processo nunca foi 100% vividos como tem sido esses últimos seis meses. Então eu diria que, talvez, o Luiz Henrique esteja nascendo agora pro mercado. Posso dizer que tudo isso me deu bagagem, me deu formação pra poder ter desenvolvido esse trabalho do projeto do cd e da turnê Feitiço.

Tem alguma parceria musical, com além do Gino e Geno, alguém que compõe para você?
Tem sim. Foi muito oportuna a sua pergunta por que a gente tem uma parceria com dois irmãos de Itumbiara (Goiás), Diego Damasceno e Daniel Damasceno. Minha parceria com eles é muito forte, eles são compositores já renomados com canções de sucesso nacional, com Jorge e Mateus, Michel Teló, João Bosco e Vinicius, João Neto e Frederico, entre outros. No meu cd tem 50 a 60% do cd de parceria com eles.


Quantas pessoas da sua família trabalham de alguma forma com a música?


Meu irmão Carlos é o administrador financeiro da LH Produções, que cuida dos meus shows e eventos. O papai que já é falecido e conquistou a mamãe com “Deusa de Minha Rua”, que era uma canção de seresta antiga - mas não pode chorar não “né” mamãe? (risos). Tem também o Luiz Antônio que segue com o grupo dele de seresta.

Como você vê o mercado de música mineira ?

Minas Gerais tem uma importância muito grande no cenário musical brasileiro. Teve a época de 14Bis, Milton Nascimento, Elomar, Tadeu Franco, Flávio Venturini, dentre outros tantos nomes. Talvez eles tenham sido um pouco prejudicados em função do eixo Rio - São Paulo, mas nós temos aí Skank, Jota Quest, quebrando esse paradigma. No cenário sertanejo, temos César Menotti e Fabiano e Eduardo Costa. Hoje, Minas Gerais representa uma importância muito grande, principalmente no nosso cenário sertanejo.



Por Juliano Nicoliello e Thaís Colen

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